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Essas folhas caídas, são pedaços de sonhos que os ventos do Outono espalham nesse tão amado Jardim. Não lembro das vezes que por aqui passei. Amo esse lugar habitado por frios deuses de mármore. Prefiro-o nessa época por conta do silêncio, apenas cortado pelo sopro do vento nas folhas caídas. Aqui, eu sempre me reencontro com as múltiplas mulheres que sou. Desde a corajosa jovem,deslumbrada com o novo mundo de aventuras, a mulher vibrante e segura na maturidade, até a quase velha senhora, com a sua imensa bagagem de sonhos, alguns vividos, outros apenas desejados. Sempre que retorno, eu as vejo sob os mais estranhos e luminosos momentos, todos plenos de felicidade. Quantas e quantas vezes ela não foi uma dessas folhas levadas pela brisa suave da Primavera, deixando-se soprar saltitante sem saber para onde? O amor estava sempre no seu coração, mesmo que o corpo estivesse frio e só. Nada melhor para aquecê-lo do que uma taça generosa de um bom vinho Rouge acompanhado de fortes e deliciosos queijos. Noutras vezes, a pressa para o amor era tanta que mesmo tendo que romper os impossíveis, ela fechava os olhos e se deixava levar pelos braços mornos da paixão e só acordava, quando os raios dourados do sol batiam em seu corpo, levando-a para a realidade. E assim, o tempo passou e o seu jardim, vestido de verde, outras de dourado ou pela brancura das gélidas neves do inverno, lhe oferecia um alento para alma. Mas, é sempre a estação outonal que a faz voltar, todas as vezes que lembra do amor, do sonho e da paixão. É aqui, sobre esse tapete de ouro que os seus cansados pés caminham a procura do amado que o vento da saudade levou para um mundo cada vez mais difícil de alcançar. Mas, como a esperança é o arcabouço da alma, quem sabe se as velhas mãos não voltarão a se encontrar? 10/021.
Obs: Imagem da autora