Di Bonetti 15 de agosto de 2021

Não me dei conta quando foi que comecei a perceber que crescia a consciência analítica, a crítica, o desgosto e o desespero de fazer parte dessa espécie da qual me envergonho de pertencer.
Cresce dentro do meu peito o tumor da impotência. Nada posso fazer nesse redemoinho de safadezas, ladroagens, bandidagens e corrupção. Somos obrigados a assistir todos os dias, novas denuncias manobras descaradas que nos fazem expectadores mediocremente impotentes.
Visualizo o Brasil deficiente, manco, caótico, podre e fétido pela contaminação dos brasileiros que deturparam a moral, a ética, os bons exemplos.
O básico e essencial é que qualquer ser humano tivesse atitudes descentes de ética para não fazer nada que prejudicasse seu semelhante.
Isso não é piada.
Vivemos hoje em um Brasil onde atitudes honestas são vistas como sinal de idiotice. Como pode alguém encontrar uma carteira com dinheiro e ir procurar o dono para devolver? Só pode ser otário. É assim o pensamento do brasileiro em geral. Todos com a cultura de levar vantagem de qualquer forma, em atitudes ou em pequenos delitos. Quando alguém fala que vai entrar para política, logo pensamos: – mais um para se alimentar do sistema falido.
O tumor da impotência cresce no coração de muitos. Mas, não existe quimioterapia da honestidade suficiente para mudar esse circulo vicioso, onde o fio de bigode é apenas uma expressão que ficou no passado, a palavra necessita ser documentada, registrada com assinaturas e firmas reconhecidas.
Os homens no poder não conseguem fazer a diferença. O egoísmo impera, prospera, catalisa e agrega homens com má vontade de ajudar o povo. Só pensam em ajudar o bolso. E bobo da corte é aquele que luta contra princípios mínimos de honestidade. Como pode um político não ter a hombridade de pensar que tirar do povo é tirar da boca da criança o leite, o pão, a educação, o atendimento mínimo necessário quando esta doente e depende do serviço público.
Até quando meu Deus, assistiremos a desgraça humana sendo usada hipocritamente como plataforma política com promessas de mudanças, na saúde, educação e moradia.
Acredito que a diferença aconteceria se os que nos dirigem, nos “conduzem” tivessem a capacidade mínima de se colocar no lugar de um desgraçado infeliz que não tem um teto que lhe dê segurança, não tem assistência médica quando chora na fila de um hospital que não tem médico, remédios ou leitos disponíveis para sanar sua dor.
Precisamos de bons exemplos que venham de cima. Precisamos de políticos que honrem suas calças, que exercitem a boa vontade, que comecem a contaminar seus pares e semelhantes com o vírus da HONESTIDADE. Só assim construiremos um BRASIL melhor.

Obs: Jornalista, fotógrafa, escritora, curadora e pesquisadora cultural.
Atua hoje como assessora de comunicação nas Academia Paulista de Letras Jurídicas e Academia Cristã de Letras. Biógrafa do poeta Paulo Bomfim, é responsável pelos direitos autorais, pela obra e pelo site.

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Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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