“ Todos os dias quando acordo, não tenho mais o tempo que passou, mas tenho muito tempo, temos todo o tempo do mundo…”
Já acreditei nisso, a juventude nos faz acreditar nas letras das músicas que cantamos de peito aberto e na certeza de que não há nada a temer. A juventude nos dá essa força.
Mas hoje a maturidade pondera, pondera tudo e, especialmente agora, não sei nem mesmo se só tenho o dia de hoje.
Há um assassino solto, acertando aleatoriamente as pessoas.
“Nosso suor sagrado é bem mais belo que esse sangue amargo”.
Portanto, já não tenho, como antes, todo o tempo do mundo e o tempo que me resta quero que seja apenas de verdades.
Das verdades que me preenchem e me deixam feliz e em paz. Não tenho mais tempo para pessoas que não valem um fio de conversa, nem para sentimentos que não sejam verdadeiros, nem para dias perdidos e nem músicas, filmes ou livros ruins.
Urge saborear o resto da vida como o restinho do milkshake.
Não quero mais nada pela metade. Estou no topo, mas quero descer feliz, sentindo a brisa quando deslizar montanha abaixo.
Que seja com frio na barriga, mas sobretudo, com verdades.
Bom domingo para todos.
Obs: A autora é poeta, administradora e editora da Revista Perto de Casa.
http://pertodecasa.rec.br/
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