Quando a caminhada é interrompida, talvez seja tempo de reflexão e de confrontos. Quando nossos passos se apressam ao encontro dos sonhos, pode haver espanto diante da extrema sensibilidade impregnada em cada toque, na palavra ou no silêncio…
Quando os espinhos conseguem deixar marcas em nossa alma, a vida reclama e é chegado o momento de possuirmos a intuição do provisório…
Quando tudo que foi vivido começa a se perder no vago, no anonimato da indiferença, é tempo de partir e de carregar toda a amargura. Impossível anular o que foi vivido tão intensamente…
Impossível fazer de conta que tudo não passou de um-faz-de-conta…
Não. Impossível não carregar para a eternidade momentos abraçados com sofreguidão. Encantos e atropelos. Trilhas e (in)certezas. Eis o percurso arriscado que se faz na caminhada lenta e persistente do coração.
Partilhar a vida parece ser esta a voracidade cristalizada em gotas amargas, em um despertar que rompe gestos, que marca e transforma…
Partilhar o coração preenche os nossos sentidos, pois há fogo também em minhas veias e o jogo da emoção parece transbordar e chegar ao fim… 18.02.2004 – 19:10h
Obs: Imagem enviada pela autora (retirada de Pixabay)
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