Dasilva 1 de fevereiro de 2021
  1. Há três pérolas que não se desgrudam – a fé, a esperança e a solidariedade. São três faces da mesma realidade. Cada uma fala das três. Todo esforço, na crise, é ‘não cair na tentação’, não perder a fé, a esperança e a compaixão. Elas só existem aplicadas. São inúteis quando viram apenas categoria acadêmica e abstrata.
  2. A crise alimenta o ‘pessimismo da razão’. Só é superado pelo ‘otimismo da vontade’. O crisol testa a firmeza das convicções e sonhos. A pessoa esperançosa duvida e se abala diante da realidade e na derrota de suas apostas. Aceita afirmações e fatos, sem crítica, pode ser ingenuidade, infantilidade ou fanatismo.
  3. Mas, perde a esperança quem, de tão crítica, torna-se cética, cínica – não vê, não vislumbra, não busca saídas. Vegeta como ácida e amarga ‘palmatória do mundo’. ‘Há gente tão esperta, tão esperta que a esperteza vira bicho e, come o esperto’. Caiu na desesperança, perdeu os sonhos e se encastelou em ‘suas certezas’.
  4. “Quando a gente chega numa encruzilhada. Olha prum lado, é nada; olha pro outro, é nada também. Aí o céu escurece, o céu desaba, tudo se acaba… Quando tudo está perdido na vida. Só quando tudo está perdido na vida. É que a gente descobre que na vida, nunca tudo está perdido, minha flor” (Zé Geraldo).
  5. O passo seguinte não é o próximo. O passo seguinte é o necessário que nos dá a certeza de continuar a caminhar unidos pelos mesmos ideais de luta e os mesmos sentimentos de liberdade. O passo seguinte não é o próximo. O passo seguinte é a vontade de dar todos os próximos passos seguintes”. (Edmundo Cohen)
  6. “Não espero na pura espera…meu tempo de espera é um tempo do que fazer…. enquanto espero, trabalho…converso com homens e mulheres…os pés aprendem o mistério do caminhar, os ouvidos ouvem mais, os olhos veem o que antes não viam…me preparo como o jardineiro que prepara o jardim”. (P. Freire)
  7. O segredo de ter o tempo sempre novo é manter os pés no chão e olhar no horizonte. A Esperança leva à indignação contra a injustiça e à contemplação das expressões de entrega, de afeto, de beleza. Em especial, serve à partilha crescente e nutre quem tem fome de satisfação, de dignidade e de protagonismo. dezembro de 2020
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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