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Conta-se nos dedos os diferentes cabeleireiros que visitei. A lembrança mais antiga é de um senhor a época que chamavamos de barbeiro. O estabelecimento daqueles que a cadeira ainda era de madeira. O outro, cuja a cadeira era de igual material, ficava próximo a Escola União libertadora.
Cresci e o número de “salões” permaneceu restrito. O mais longínquo em cortes foi de um aparentado, residente no Maracanã e que ao longo de décadas mudou de endereço permanecendo sempre nas imediações da Fernando Guillon. Lá cortei por muitos anos até me mudar pra Óbidos.
Lá foi difícil escolher um novo cabeleireiro. Por meses deixei pra cortar quando retornava esporadicamente a Santarém. Até o dia que a necessidade me fez cortar por lá mesmo.
Entrei desavisado num salão feminino. Olhos espantados das atendentes e a fala aspera: “aqui não cortamos cabelo de homem”. Dali recebi indicação de um salão popular. Ida uma única e última vez. Depois, mais abaixo de casa um salão barato, que fui por diversas vezes. Posteriormente, me dei conta que na mesma rua de casa, estabelecimento discreto com dizeres meio apagados, funcionava um salão. Primeira, segunda, terceira… e as idas se fazem presente até hoje.
Hoje, corto somente lá. É um gosto estranho que por vezes, quando o salão fechado, fui cabeludo em certas ocasiões.
Por hora, distante da terra adotiva, espero retornar para poder cortar o cabelo
Obs: O autor é poeta e fotógrafo amador. Trabalha na UFOPA / campus de Óbidos.