1 de outubro de 2020
Pedaços
que de mim se soltam,
remendo.
Quem sabe seja manha,
quem sabe seja dengo?
Roer as unhas
é melhor que roer a alma,
que em breve amansa,
que em breve se acalma.
Alma sem trato é trapo,
cantador sem viola,
criador sem criatura.
Asa-Branca só é vista
quando voa na felicidade de ser.
E tem horas que só quero ficar…
Mas ela sempre vem,
como disse Gonzagão,
volta ao ronco do trovão.
Volta num impulso de alegria,
volta num ímpeto de paixão,
a sonhar rasante pelo sertão.
Então eu me remendo,
feito artista sem chão,
num choroso remendo de emoção.
Obs: A autora é poeta, administradora e editora da Revista Perto de Casa.
http://pertodecasa.rec.br/
Imagem enviada pela autora (Arte: André Soares Monteiro)
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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