Já faz tempo que as Pastorais Sociais, em colaboração com alguns movimentos sociais, promovem o Grito dos Excluídos. Ele foi realizado pela primeira vez em 1995, ano em que a Campanha da Fraternidade era sobre os Excluídos.
Para se situar adequadamente, desde o seu início, o Grito dos Excluídos quis estar em sintonia com as intenções da Igreja em cada ano, que são em grande parte expressas pelo tema da Campanha da Fraternidade. O Grito dos Excluídos faz repercutir a Campanha da Fraternidade.
A sua realização acontece pelo Brasil afora, em milhares de localidades, que valorizam o Dia da Pátria para enfatizar que o Brasil precisa ser um país sem exclusões, sejam elas sociais, econômicas ou culturais.
Uma característica vem sendo mantida pelo Grito dos Excluídos: a intenção de dar voz e vez para os próprios excluídos manifestarem seus anseios e suas demandas, de tal modo que o Grito os desperta para uma atitude de mais participação, caminho que aos poucos vai despertando as pessoas a se tornarem sujeitos do próprio processo de integração pela prática da cidadania.
Ao mesmo tempo que o Grito se realiza de maneira descentralizada, ele tem um lugar privilegiado de referência, que é o Santuário de Aparecida, onde no mesmo dia Sete de Setembro acontece igualmente a “romaria dos trabalhadores”. Esta realização simultânea do Grito e da Romaria acaba valorizando os dois eventos, pela semelhança de suas intenções e de procedimento: manifestar, com ênfase e convicção, mas de maneira pacífica e ordeira, causas importantes que estão presentes na sociedade. De modo que o Grito e a Romaria dos Trabalhadores são exemplo de manifestações ordeiras e construtivas, que dão neste momento uma preciosa lição de como agir com responsabilidade e ao mesmo tempo de maneira organizada, as demandas mais prementes de cada ano.
Que a proteção de Deus, pela intercessão de Maria, guie nossa pátria para os caminhos da verdadeira paz, que é fruto da justiça.
Obs: O autor é Bispo Emérito de Jales.