Inocente, cabisbaixo, rumo ao desafio da
Morte, caminha triste, arrastado pelas forças
Dominantes. És um santo? Pobre mártir!…
Ovelhas sem pastores agarradas pelo lobo.
De que vale ter pena, seu bôbo, se te delicias
Impunemente das misérias dos inocentes.
Povo meu, não confies na falsidade dos que tentam
Ludibriar-te, até o roubo da vida!
Perdida, esquecida, caminhas num mundo
Onde a miséria, como que ondas marítimas.
Te submergem no sofrimento, és vida?
Sub-vida.
Há os que te espreitam das janelas
Palacianas, torcem por você???
É a tua sub-vida fonte das max-vidas.
Povo meu, perambula pelas ruas, trajado
De mendigos maltrapilhos, de crianças
Abandonadas a mercê da fome, sem nome.
Trombadinhas do desenvolvimento, pare um
Momento! Sou eu, não tenho nome, tenho fome.
Somos irmãos, filhos do mesmo Pai, Nosso.
Passei pelo mundo sem deixar recordações,
De que me despedir, se nunca tive nada e ninguém,
Sou eu, sou eu, também,
Responsável pela formação da casa-redonda,
Novo mundo, meu e teu, povo meu.