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Bom dia Cintia, bom dia Ítalo e bom dia ouvinte manauara. Novo dia, nova semana e nós todos pelejando para sobreviver em meio a duas pandemias, coronovirus e nossa Amazônia violentada. Restando para nós e nossos irmãos amazônidas, pobreza, doenças e a destruição da mãe natureza, concorda?
Hoje vamos refletir sobre um assunto muito sensível para muitos pais, crianças, jovens e governantes A questão da volta as aulas presenciais. A Seduc planeja reabrir aulas presenciais no Estado e no município, em Manaus. Primeira questão para reflexão é, está na hora de as crianças e jovens voltarem as salas de aula? De um lado, seis meses sem aula é um prejuízo grande; além disso muitos pais já estão agoniados com seus filhos e filhas dentro de casa em isolamento social.
Por outro lado, a pandemia ainda não se foi. Mesmo as notícias dizendo que Manaus já passou do pico e que apenas uma pessoa foi a óbito na última semana, isso pode ser garantia de tranquilidade? O que pensam os educadores? Escute o que diz a direção do sindicato de educadores de Manaus: “Em Manaus sindicato propõe greve para frear reabertura das aulas. Solicitam intervenção dos MPF junto as autoridades estadual e municipal para adiar reinicio das aulas presenciais devido a pandemia. Os educadores recusam reiniciar aulas porque há insegurança da saúde dos estudantes e professores”. Então ouvinte você acha que os educadores estão certos ou errados, com essa resistência? Escute o que pensa a presidente do sindicato sobre o adiamento do reinicio das aulas? “A presidente do sindicato dos educadores Ana Cristina. Ela afirmou que “a preocupação maior é a segurança dos estudantes e educadores, pois o vírus Covid 19 tem alta capacidade de contaminação e ainda não foi descoberta uma vacina que garanta a imunidade dos presentes numa sala de aula”.
Se hoje, quem pensa reabrir escolas, mesmo com a pandemia ativa, está pondo em risco vidas de crianças e jovens, os pais e professores precisam preservar estas vidas, tendo a paciência de aguardar o próximo ano. Mais vale perder um ano de estudos, do que expor crianças e jovens ao risco da contaminação e coisa pior.
Essa pressa em retomar as aulas presenciais nas escolas não está só em Manaus. Também aqui em Santarém acontece semelhante conflito. As autoridades querem reabrir escolas, dando a impressão que não há mais perigo, mas os professores que sabem o risco de muitas crianças numa sala de aula, também se recusam a voltar as atividades normais. Eis mais um desafio para todos. 19.07.2020
Obs: O autor é membro da organização da Caravana 2016
Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhã? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu.