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Teodoro Adorno, filósofo, sociólogo e musicólogo alemão, falecido em 1969, em se referindo a Auschwitz (nome alemão dado à cidade polonesa de Oswiecim, um dos maiores campos de concentração e extermínio comandados pelos nazistas, onde foram mortos entre 1,1 e 1,5 milhão de pessoas, vitimadas pelas câmaras de gás, pela fome e por doenças diversas) escreveu:
“A exigência que Auschwitz não se repita é a primeira de todas para a educação. A pouca consciência existente em relação a essa exigência e as questões que ela levanta provam que a monstruosidade não calou fundo nas pessoas, sintoma da persistência da possibilidade de que se repita no que depender do estado de consciência e de inconsciência das pessoas. Qualquer debate acerca de metas educacionais carece de significado e importância frente a essa meta: que Auschwitz não se repita. Ela foi a barbárie contra a qual se dirige toda a educação”.
A barbárie é o desfecho mais trágico do fundamentalismo. Agora o fundamentalismo é intenso e se espalha qual vírus em vários campos da vida social. Ele faz acreditar numa verdade única ou numa mentira total, por mais absurda que seja. O fundamentalismo é o caminho de uma sociedade intolerante, o combustível da violência e um mecanismo de produção de injustiças e desigualdades.
Por sua vez, a educação nos diferentes níveis e espaços, pode fazer a diferença. Ela precisa combater os fundamentalismos e a indiferença. Esta (a indiferença) é tão perigosa quanto aqueles (os fundamentalismos). Nesse sentido, ainda ressoam as palavras de Martin Luther King, pastor protestante e ativista político da Geórgia (EUA), assassinado em 1968. Assim falou: “O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons”. (11.06.2020)
Obs: O autor é Doutor em Sociologia, pós-doutor em Educação e professor da Universidade Federal do Sul da Bahia