V
Recife, Rua Afonso Celso, 182- AP.902 – Tamarineira, 13 de abril de 2020.
Acostumou-se com todos os cuidados necessários para profilaxia da sua casa e de sua higiene em particular. Tinha já todo um script de procedimento incorporado a sua rotina, que quando acabou a quarentena, quando avisaram que não precisavam mais usar máscaras, nem ter aqueles cuidados usando álcool e água sanitária diluída na água, ela não conseguiu desvencilhar-se. Permaneceu vivendo meticulosamente dentro do melhor padrão exigido pela vigilância sanitária.
VI
Acostumou-se a ficar em casa. No princípio foi difícil, acostumada a uma rotina de movimento e rapidez exigida pelo mundo lá fora. Aos poucos foi desacelerando, incorporando novas rotinas. Quando tudo terminou, foi decretado o fim do isolamento e todos foram liberados para seguir aquela velha rotina, ela abriu o computador, escreveu aquela carta de demissão para seu trabalho, deletou todos os aplicativos que havia baixado para trabalhar em casa e foi viver na paz de seu lar, doce lar.
Obs: A autora é poeta performática, membra da União Brasileira de Escritores (UBE), da Associação dos Amigos do Museu da Cidade do Recife (AMUC), parceira da Cultura Nordestina Letras e Artes. É integrante dos grupos “Confraria das Artes” e “Grupo de Estudos em Escrita Criativa”. Seus três primeiros livros publicados são coletâneas de poemas, Pura Impressão (2008), Um Coração que Canta (2011), Querido Diário Peregrino (2014). Seu quarto livro trata do gênero infanto-juvenil e é bilíngue: A menina e a árvore – The girl and the tree (2017). Seu quinto livro- Sessenta e um Poemas Para Uma Vida – foi lançado em 2019. Tem participação em várias apresentações poéticas e performáticas. Contatos: www.bernadetebruto.com e [email protected]
Imagem da autora.