a vida beija na boca
a estranheza dos tempos
pessoas estão indo
e não mais voltarão
na janela da cozinha
sustos brilham em neon
o claro e escuro dos rostos
balançam o ponto seguro
as lutas abraçam o luto
o luto abraça a saudade
me acolho na feridade
o amor de rua me acerta
suavizam-se meus olhos
não se fecham meus ouvidos.
*projeto de acolhimento dos moradores de rua de BH
imagem enviada pela autora: Facebook: Moradores de rua e seus cães
Obs: A autora é mineira. Formada em- Letras pela UFMG, pós-graduou-se na UEMG em Administração Escolar. Às vezes é prosa, outras, poesia. Participou de várias coletâneas, Livro da Tribo, revistas e jornais literários, impressos e virtuais, com poemas, crônicas e contos. Publicou três livros de poesia pela Editora Penalux: Equilibrista (2016), Pontiaguda (2017), Náufraga (2018). Ainda este ano publicará seu primeiro livro de contos e o quarto de poesia.