15 de junho de 2020
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Pôs a filha para fora de casa.
– Grávida? Aqui não!
A justificativa:
– Sempre avisei que nesta casa não teria lugar para outra mãe solteira.
A adolescente sumiu por uns dias. Pouco depois, a mãe a recebeu de volta.
Na barriga da filha, a neta ainda embrionária, ambas veladas ao centro da sala.
Comentavam o suicídio parentes e vizinhos, quando a mãe da adolescente surgiu do quarto com um bebê no colo.
– Minha netinha.
Trazia um sorriso apalermado, os olhos boiando em lágrimas.
– Minha netinha – repetia, enquanto embalava nos braços a boneca que jamais dera à filha.
Obs: O autor é escritor e editor. Também é sócio-proprietário da Editora Penalux.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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