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A Fake News não é somente uma notícia falsa. Mas é a falsidade dos fatos que eu tomo como verdade absoluta. Ancorado em (pre)conceitos compartilho a notícia como evidencia científica daquilo que creio. Uma forma de validação material do pensamento abstrato. Em outras palavras, é a prova material de que estou certo. Não é mera potoca como diria o caboclo. Muito pelo contrário: é verdade dogmatizada. Não aceita dúvidas.
Poderia expor inúmeras Fake News que extrapolam o absurdo. Mas me atenho a mais recente. A dos caixões vazios.
Um certo alguém, amparado nos discursos negacionistas da pandemia atual, acredita que a COVID-19 é uma farsa. E jura, pelo fato de a pandemia não existir, que os inúmeros enterros diários nada mais são que enterros de caixões vazios. Mas falta-lhe a prova material, não para ele, mas para quem duvida dele (nesse jogo quem tem que comprovar a verdade é quem nega a existência da notícia falsa). E então, a “prova” aparece e é compartilhada para que todos aqueles que duvidavam dele passem a manifestar a mesma fé no fato mais absurdo que possa parecer. E em alguns casos em que a fé é tão grande, que mesmo comprovando-se a mentira dos fatos, o ser ainda manifesta dúvidas quanto a verdade real.

Obs: O autor é poeta e fotógrafo amador. Trabalha na UFOPA / campus de Óbidos.
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