Conjuntura atual

  1. Na história e na experiência da humanidade, há momentos intensos, em que nada está definido e tudo pode acontecer, à direita ou à esquerda. Essa tempestade, hoje, chega com a cara do Corona vírus. A pandemia põe a nu o sistema dominante. Quem for competente nas respostas se cacifa para orientar o conjunto da sociedade seja para mais dominação ou mudanças.
  2. Vivemos uma GUERRA, onde a disputa é tecnológica (ou bacteriológica? A China se destaca: hospital em tempo recorde, controle da epidemia. EUA e países ricos são desmascarados:  sem plano de saúde pública, estado de bem-estar social, prevenção de massa. Mesmo com dúvidas, a solidariedade de Cuba, China e Rússia parece como disputa entre capitalismo x socialismo.
  3. A estratégia e discurso neoliberal de menos Estado, naufraga com o covid-19. Nem o mercado, nem as empresas, nem o sistema financeiro, nem a cobiça dos acionistas salvam. Só o Estado que pode resolver a peste. O capitalismo, baseado na exploração, acumulação e centralização é incapaz de resposta. Dimensões como saúde não podem ficar na não do mercado e do lucro.
  4. A epidemia também derrota o discurso fundamentalista, moralista, xenófobo, patriarcal, homofóbico que legitima o capitalismo neoliberal. Reafirma-se a necessidade de conhecer a realidade material e social pela ciência para chegar a ideias corretas, em vez de superstições, para fins inconfessados. Esse capitalismo cai em profunda crise diante de um vírus.
  5. A América Latina, após derrota de ditos governos progressistas, revela que o populismo ultraliberal, não têm respostas. Assim como a África, a América latina não tem estrutura sanitária para enfrentar a pandemia. O vírus tem lado e classe – mata os velhos e pobres que, na visão neomalthusiana, de nada servem e podem morrer para que outros vivam.
  6. No Brasil, ficam escancaradas as contradições ideológicas da classe no poder incapaz de lidar com a crise econômica, social, sanitária e ideológica. O governo e seu plano econômico não sabem que fazer além de repassar dinheiro aos ricos. A economia informal, as pequenas e médias empresas tem a quebrar e engrossar a fila dos empobrecidos.
  7. O País vive um problema de governabilidade – o governo atual derreteu, os governadores já não obedecem e disputam o protagonismo. A aliança empresarial/militar quer se livrar do “bagaço” e sua trupe, o mais rápido possível. Pois, eles conseguem gerar crises com o agronegócio, os militares, a classe média e os parceiros comerciais.
  8. A burguesia não vai deixar chegar a convulsão social, como começou no Chile (Piñera aproveita a epidemia para esvaziar a mobilização social). A massa na rua apavora a o poder dominante. Caso não se dê respostas, ela vai se manifestar, ao se ver encurralada pelo desemprego, a falta de renda e os cadáveres da peste. A manifestação já não será espontânea.
  9. Ninguém sabe o que vai acontecer. Mas, o povo já sente e não vai aguentar muito tempo. É hora do Estado empregar o dinheiro público na Distribuição de renda, Garantia no emprego, Fortalecimento da saúde, Rede de Proteção Social. Não às demissões, pagamento de aluguel, de água, luz, telefone, gás. Empresas que tanto lucraram que ajudem a pagar a crise!
  10. É um equívoco a tática de “deixar sangrar”, de “esperar para reagir”, de ficar em cima do muro, de cuidar de eleições. Cresce a necessidade de respostas práticas, de gestos de solidariedade, de cuidados individuais. Abre-se uma janela! Pobres e vulneráveis sofrerão mais. Cadáveres e desemprego levarão â revolta ou a um movimento pela transformação da ordem social? 27/03/20
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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