Djanira Silva 1 de fevereiro de 2020

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A pré história, também conhecida como a era da pedra lascada, mostra-nos um ser humano muito próximo do animal, com instintos semelhantes, instintos que desapareceram com a civilização fazendo do homem um ser imprevisível.

Com o decorrer dos tempos tornou-se um ser político. Político e ardiloso. Talvez seja pleonasmo ou redundância tal afirmativa.

Outras eras se sucederam. Todas, marcadas por destruições, mortes e conquistas sangrentas graças a um ser criado à imagem e semelhança Deus.

Com a evolução, este ser racional passou a exercitar o poder da tirania e da maldade, a usar e abusar da capacidade de trair, enganar e ludibriar seus semelhantes.               A tendência para a arte, nasceu com o homem. Nas cavernas pré-históricas foram encontrados desenhos rupestres que retratam a forma de vida naquele período.               Daí por diante foram muitas as manifestações de criatividade no campo das artes. Filósofos, pintores e poetas retrataram as belezas do mundo. Graças a eles podemos ler a história do mundo.

O mundo cresceu, o homem não se tornou melhor.

Hoje sofremos com a banalização da moral e dos bons costumes.

Os jovens não sonham nem têm um ideal de vida. Têm sim, pressa, pressa de chegar não se sabe aonde. Das drogas, a começar pelas bebidas alcoólicas, passam pela maconha e morrem no crack. Cedo, dão os primeiros passos a caminho do fim.

As mulheres, com sua ânsia de liberdade continuam escravizadas às modas, às plásticas e aos esteticistas e nutricionistas. Os estilistas determinam como deve ser a aparência feminina e elas, aceitam feito rebanhos obedientes. Os cirurgiões puxam, repuxam e transformam algumas em seres indescritíveis. Os esteticistas e nutricionistas criam fórmulas e ditam comportamentos, determinado o que se deve ou não deve comer para se adquirir o corpo ideal. As modelos mais parecem cavalos mortos, de pernas finas e focinho longo. Ficam pele e osso, e adquirem doenças como a anorexia a e bulimia deixando à mostra os esqueletos antes mesmo que a terra lhes coma as carnes.

Enquanto isto, os macacos continuam macacos.

Pobres e ricos sempre existiram, os espertos também. Acontece que estes estão superando os outros e, às vezes, até a si mesmos. Sempre ouvi dizer: triste dos sabidos se não fossem os tolos, ou, ainda, o sabido engana o tolo e esperto engana o sabido.

Tudo quanto é negativo e desprezível, o ser humano absorve. Sabe como usar a força o poder e a capacidade de enganar.

É desta sabedoria que se fazem os políticos.

Obs: A autora é poetisa, escritora contista, cronista, ensaísta brasileira.

Faz parte da Academia de Artes e Letras de Pernambuco, Academia de Letras e Artes do Nordeste, Academia Recifense de Letras, Academia de Artes, Letras e Ciências de Olinda, Academia Pesqueirense de Letras e Artes , União Brasileira de Escritores – UBE – Seção Pernambuco
Autora dos livros: Em ponto morto (1980); A magia da serra (1996); Maldição do serviço doméstico e outras maldições (1998); A grande saga audaliana (1998); Olho do girassol (1999); Reescrevendo contos de fadas (2001); Memórias do vento (2003); Pecados de areia (2005); Deixe de ser besta (2006); A morte cega (2009). Saudade presa (2014)
Recebeu vários prêmios, entre os quais:

Prêmio Gervasio Fioravanti, da Academia Pernambucana de Letras, 1979
Prêmio Leda Carvalho, da Academia Pernambucana de Letras, 1981
Menção honrosa da Fundação de Cultura Cidade do Recife, 1990
Prêmio Antônio de Brito Alves da Academia Pernambucana de Letras, 1998 e 1999 
Prêmio Vânia Souto de Carvalho da Academia Pernambucana de Letras, 2000
Prêmio Vânia Souto de Carvalho da Academia Pernambucana de Letras, 2010
Prêmio Edmir Domingues da Academia Pernambucana de Letras, 2014

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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