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Está chegando mais uma vez, o grande aniversário do jovem Galileu, chamado Jesus. Esse aniversário merece uma reflexão nova, afinal, ele não é mais menino. Ainda muitos insistem em armar o presépio com o meninozinho deitado na manjedoura, com mamãe e padrasto piedosamente a seu lado. Esquecem que aquele menino cresceu, tornou-se um inteligente rapaz. Por ser pessoa muito religiosa, amadureceu sua fé. Rompeu com o tradicionalismo legalista da religião oficial. Assim, interpretando com profundidade os profetas, compreendeu que a verdadeira religião é dar vida e esperança aos pobres.
Jesus de Nazaré abriu novos caminhos para quem sentia que a felicidade real é partilhar sua vida com os outros. Que o céu não é ali, nem um certo dia, mas é aqui e agora, dando vista aos cegos, curando os cochos, expulsando demônios, pois ser feliz é fazer outros felizes.
Quando João Batista no presídio de Herodes manda perguntar se Jesus era o que se esperava, a resposta era essa, o céu é aqui e agora. Quando o jovem galileu iniciou sua missão teve muita paciência com seus seguidores, que o admiravam, confiavam, mas suas cabeças eram tradicionais. Ele repetia sempre que o maior no céu é o que mais se dedica aos outros aqui. Curiosamente ainda hoje boa parte dos seguidores de Jesus, continuam tradicionais, legalistas, piedosos, se comovem ao olhar o menino no presépio, e não o reconhecem na vizinhança.
Pois bem, depois de amanhã ao celebrar o aniversário do jovem galileu, que tal renovar o compromisso de nosso batismo, na linha do Mestre Jesus, que chegou a desafiar dizendo – Pensam que vim trazer a paz? Negativo, vim trazer divisão, pai contra filho, filha contra mãe…. Então, logo após cantarem o tradicional Noite Feliz, emendem cantando: “Seu nome é Jesus Cristo e está com fome, e dorme pela beira das calçadas; e a gente quando o vê passa adiante, dizendo que dormiu embriagado. Entre nós está e não o reconhecemos… Assim podemos nos dizer feliz natal!
Obs: O autor é membro da organização da Caravana 2016
Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhã? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu.