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E agora que o Sínodo da Amazônia foi concluído? Entre outros compromissos, foi assumida a ecologia integral, que abrange os cuidados com a justiça social, a política com seriedade, uma economia sustentável e o cuidado com o ambiente. Se for assumido firme por cidadão honestos, cristãos que levam a sério o projeto do mestre Jesus e políticos éticos, certamente a Amazônia terá melhorias, mesmo que enfrente conflitos com os que a buscam apenas como lugar de saque e busca de lucros.
Da parte dos cristãos vai ser urgente uma mudança de mentalidade clerical de muitos bispos, padres e animadores de comunidades. Eles que deverão ser os primeiros a dar exemplo de uma Igreja sinodal, caminhando junto com seu povo. Deverão enfrentar os impactos da invasão capitalista, que destrói o bem viver dos povos tradicionais. O sínodo compromete a Igreja com a construção de um bem viver. É contrapor aos planos de extrativismo predador. Levar a sério as conclusões do sínodo, é enfrentar conflitos com quem olha a Amazônia, apenas como um eldorado de riquezas a serem retirados e deixando estragos para os que vivem na região.
Muito vai depender da mudança de mentalidade, tanto dos líderes cristãos, políticos, bispos, padres, educadores e movimentos sociais. Inclusive os responsáveis das emissoras da Rede de Notícias da Amazônia. A RNA surgiu como instrumento de integração dos lutadores sociais, partilhando informações estimuladoras da luta comum. Outro compromisso estrutural da RNA é a defesa da Casa Comum. As emissoras sócias precisam interpretar bem o conteúdo do sínodo e a luta do Papa Francisco pela defesa da grande Amazônia. Dificuldades e conflitos surgirão, como o próprio Papa Francisco tem enfrentado. Mas, concluído o sínodo, não será mais possível vermos a Amazônia sendo destruída e seus povos abandonados e líderes de braços cruzados.
Obs: O autor é membro da organização da Caravana 2016
Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhã? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu.