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Alguém escreveu sobre a Amazônia em intenso processo de destruição, abordando um assunto muito oportuno. Disse que com a realização do Sínodo para a Amazônia o Papa Francisco se revela muito sagaz. Pode se entender sagacidade, como esperteza, mas também como inteligência, ser oportuno. Isto seguramente ele é.
Ao convocar o sínodo para a Amazônia já em 2017, o Papa se revelou mais que sagaz, foi profeta, o que anuncia o bem e denuncia o que está indo contra o projeto de Deus. Como anúncio profético, o sínodo para a Amazônia, propõe um novo modelo de evangelização na Igreja, a partir dos desafios, sofrimentos e esperanças dos povos da região, incluindo compromisso com a ecologia integral, o cuidado com todos os aspectos da Nossa Casa Comum, economia, política, o social e o ambiental.
Como denúncia profética, Papa Francisco, um sul americano que compreende bem o que acontece nesta região, já em 2017, propunha se ter um olhar crítico sobre como a ganância empresarial e submissão de governantes já vinham destruindo o bem viver dos povos tradicionais e a própria natureza. O pulmão do planeta ja estava doente e priora cada dia. Basta conferir o que afirmam os pesquisadores sobre 17% de floresta destruída e os 70 mil incêndios provocados nos últimos dias.
Não deve surpreender as críticas de reacionários da Igreja, que consideram o sínodo para a Amazônia uma heresia do Papa; nem surpreende a irritação do governo brasileiro, querendo até enviar um funcionário a participar do encontro eclesial no próximo mês de outubro no Vaticano. Um governo que alimenta a destruição da Amazônia, esvaziando órgãos ambientais, como IBAMA, ICMBIO, FUNAI, que nomeia latifundiária como ministra da Agricultura, ela que acaba de liberar 325 novos agrotóxicos só neste ano, ainda tenta interferir no encontro da Igreja. Como o sinodo promete uma evangelizacáo adequada para a Amazônia, certamente que o governo Bolsonaro ter[a que enfrentar uma Igreja amazônida em todos os sentidos.
Obs: O autor é membro da organização da Caravana 2016
Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhã? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu.