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Senão o maior, com certeza um dos mais importantes desafios para a juventude de hoje é saber como combater o relativismo, que muitas vezes vem com um roupagem mais atraente: pós-modernismo.

 Muitos jovens se sentem atraídos pela ideia de que não há explicações universais para tudo o que existe, de que não há uma verdade, um fundamento que explique as coisas.

 O que os referidos jovens muitas vezes não se atentam é para o fato de que a principal forma de combater o relativismo é aplicar a afirmação relativista a ela mesma e ver que não se sustenta ao que ela mesma propõe.

 Em outras palavras, o objetivo do nosso bate-papo de hoje é o de demonstrar que na realidade o relativismo não tem nada de atraente para a mente perspicaz da juventude de hoje, pois o relativismo é uma postura no mínimo incoerente, visto que não respeita os seus próprios critérios que suas afirmações propõem.

 Para que eu possa explicar isso mais facilmente, sugiro que possamos ler alguns exemplos de como o relativismo cai na própria armadilha que ele mesmo coloca.

 Se alguém diz, por exemplo, “toda verdade é relativa”, basta que se aplique isso ao que é dito.

Ora, se “toda verdade é relativa”, esta afirmação não poderia ser uma verdade absoluta e, portanto, não devemos considera-la, pois seria verdadeira para uns e não para outros.

 Tentando ser mais claro ainda, o que disse é que a sentença “toda verdade é relativa” é uma sentença autocontraditória, já que não pretende ser ela mesma uma verdade relativa. Esta sentença que diz não haver verdades absolutas (já que afirma que todas são relativas) somente poderia ser levada à sério se fosse absoluta. Mas isso é exatamente o que ela diz que não pode ocorrer. Então, ela se autocontradiz.

 Aliás, a afirmação tão correntemente falada contra o Cristianismo de que “não existe verdade absoluta” incorre no mesmo problema. Ora, se não existe verdade absoluta, a afirmação “não existe verdade absoluta” só pode ser relativa e, portanto, seria verdadeira para uns e não para outros. Sendo verdadeira apenas para uns, para outros poderia sim existir verdade absoluta e, portanto, isso iria contradizer o que a sentença propõe. Mais uma vez, temos um caso de autocontradição.

 Existem também inúmeras outras situações mais sutis em que o mesmo problema ocorre. Vamos ver algumas delas.

 Se alguém disser “você deve duvidar de tudo”, deveríamos começar o exercício de dúvida por essa afirmação, concorda?

Da mesma forma, se alguém disser “é verdadeiro para você e não para mim”, podemos deixar claro que aquilo que foi dito não pode ser verdadeiro para todo mundo.

 Enfim, esta técnica se aplica a todos os casos em que há viés relativista. Um caso comum entre cientistas ateus, só para citar um exemplo um pouco mais elaborado (embora ainda simples), se dá quando eles afirmam que “só há verdade na ciência”. Ora, se isso é o caso, a afirmação “só há verdade na ciência” deveria ser uma afirmação científica, o que não é. Portanto, pelo próprio critério que propõem, essa sentença seria falsa quando pretende ser verdadeira.

 Em resumo, caro amigo, a forma mais fácil de combater o relativismo é simplesmente aplicar o enunciado à própria expressão. Fazendo isso, ficará claro que todas elas são autodestrutivas e, portanto, não devem prosperar em um ambiente racional.

 Fato é que há verdade absoluta. O próprio Cristianismo é uma verdade absoluta. Afirmar isso não é intolerância, pois não quer dizer que pessoas possam ter crenças diferentes (e mesmo inconciliáveis). As pessoas podem ter crenças contrárias entre si, mas verdades contrárias entre si não são possíveis. As pessoas podem achar que tudo pode ser verdadeiro, mas tudo não pode ser verdadeiro. Um coisa é a crença do que é verdadeiro; outra é a verdade em si.

 Para entender mais o que pretendo dizer, sugiro que assista ao curto vídeo logo abaixo, em que trato do assunto.

Caso ainda reste alguma dúvida ou comentário, é só colocar nos comentários que terei o maior prazer em responder.
Deus abençoe.

Obs: Tassos Lycurgo é presidente do Defesa da Fé Ministério (defesadafe.org) e do Faith.College, pastor da Igreja Defesa da Fé em Natal – RN, ordenado pelo RMAI (EUA), advogado (OAB/RN), professor da UFRN no Programa de Pós-graduação em Design, professor do RBT College (Guatemala), professor convidado do RBT College (EUA) e professor visitante da Oral Roberts University (EUA, 2012-2015). É Pós-Doutor em Apologética Cristã (ORU, EUA) e em Sociologia Jurídica (UFPB), PhD em Educação – Matemática/Lógica (UFRN), Mestre em Filosofia Analítica (Sussex University, Inglaterra), Especialista em Direito Material e Processual do Trabalho (UNIDERP), Graduado em Direito (URCA), Filosofia (UFRN), Liderança Avançada (Haggai Institute, Tailândia), Ministério Pastoral e Estudos Bíblicos (RBT College, EUA), tendo também estudado na Noruega. Publicou nove livros, sendo o último deles: “Job. Betrayed by God? Delivered to the Devil?”, cuja publicação para o português se deu pelo título “Jó. Traído por Deus? Entregue ao Diabo?”

Imagem e vídeo enviados pelo autor

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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