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– Cauã Borges!
O auto-falante anunciou ecoando pela arquibancada apinhada de flashes de fotografia e o Sr Borges se levantou no meio de tantos outros senhores e senhoras. O pequeno Cauã levantou de seu lugar e correu desajeitado- o quimono escorregando pelo ombro, a faixa pendendo desajeitada na cintura- na direção do professor que o esperava no centro da quadra, o pequeno troféu reluzindo nos olhos do menino.
O garoto sorriu para uma ou outra câmera perdida e voltou cambaleando para seu lugar, onde deveria esperar com os outros meninos, mas saiu correndo em direção à arquibancada, entregando o troféu ao pai, que trasbordava orgulho em uma lágrima.
– Toma papai, é nosso.
O Sr. Borges sorriu largado no terno, vendo-se no tatame, o quimono surrado de suor. Uma segunda lágrima escorreu tímida, pendendo como aquela gota de suor.
– Lutador não pode chorar, pai!
E então levaram o menino para seu lugar no meio do quadra, e o Sr Borges ficou na quadra, perdido entre os outros pais e mães, o troféu protegido em suas mãos, reluzindo em seus olhos, seguindo o filho por onde quer que ele fosse.