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Eu, palhaço despejado de meu circo
despojado de minha lona
atirado às calçadas dos pardieiros
demente na loucura coletiva das grandes
avenidas obtusamente concretas
de onde fui varrido às sarjetas
e em sua repugnância mal-iluminada
encontrei convivendo todos os
últimos heróis e poetas do Universo.

A poesia suicidava-se.

Eu, vagabundo atônito
bêbado e vomitando lama
palhaço restrito ao subterrâneo
único animal ainda a mostrar os dentes.

O riso! o riso histérico
e neurótico das civilizações decadentes.

A poesia morreu!

Matou-se hoje à tarde
fechada num quarto a poucos metros de nós.
Um pouco de silêncio, por favor!

Obs: Texto retirado do livro do autor – É Lenta a Palavra Tempo –

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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