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“ A minha mão nas sombras da noite tateando sem descanso, consolação recusa minh’alma” (Sl 77,2)
“Faz escuro, mas eu canto, porque o amanhã vai chegar” (Thiago de Mello)
“Quanto mais escura é a noite, mais carrega em seu seio a madrugada”(Dom Helder Camara)
Pesado cinzento manto
se abate sobre nós
qual céu de inverno
de escuras densas nuvens
sobre nossas cabeças a baixar
Aonde se foi a beleza?
como tocar a esperança?
que foi feito da alegria
de multidões em festa?
No ar
murmúrio de incerteza
na escuridão da noite
atordoados “discípulos” e “discípulas”
sonhos desfeitos
se arrastam pelo chão
e nos espreitam
pelas voltas dos caminhos…
O que parecia ser já não é
como em baile de máscaras
do alto
só opressivo silêncio
na terra
só perguntas sem respostas
A gente sem rumo
a vagar assombrada
de rumores rodeada
agourentos presságios
de vozes que não dizem
só misteriosos uivos
de bichos noturnos
monstruosos, terríveis
pesadelos a espalhar
a covardia desliza
qual venenosa serpente
com seu feitiço
que nos paralisa…
multidões sem rumo
nós
até quando?
Caruaru, fevereiro, 2019
Obs: O Autor é Bispo Emérito da Diocese Anglicana do Recife
Igreja Episcopal Anglicana do Brasil – IEAB….
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