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Vermelho/sangue – Vermelho/energia – Vermelho/vida
Quem não conhece a história de Chapeuzinho Vermelho?
Só o fato da lenda sobreviver, contada de geração a geração, já mostra a importância de seu significado. Apesar das alterações que a narrativa sofreu através dos tempos, os elementos básicos continuam nos dizendo que se trata de uma história sobre a Vida que sempre se renova.
Assim:
É a avó quem faz a roupa vermelha – a cadeia cultural matrilinear está simbolizada nessa transmissão. Depois esta mesma avó, enfraquecida, precisa ser alimentada através da neta.
É o processo cíclico de vida/morte/vida que vemos se apresentar nessa relação recíproca entre o novo e o velho.
O conto trata da passagem do tempo da ingenuidade da infância, vivido sob a proteção da mãe, para a integração da sabedoria ancestral, simbolizada pela vovozinha.
Atravessar a floresta sozinha e decidir, na encruzilhada, por que caminho seguir, fazem parte do processo iniciático da menina à vida de jovem mulher.
O lobo, nem bom nem mau, selvagem, isto sim, representa a pulsão sexual, latente em cada ser humano, que precisa ser conhecida. Olhos, nariz, orelhas e boca grandes demais falam dos sentidos, aguçados pelos instintos.
Na barriga do animal, uma vez devoradas, se dá a integração da velha sábia com a criança e ao ser trazida outra vez à luz, quando a barriga do lobo é aberta, Chapeuzinho já conhece os prazeres e os riscos da sedução.
Pode, então, optar por ser ou não ser inocente, mas nunca mais voltará a ser ingênua.
*Comentário Geral – Minhas Falas no Programa da TVE