(com mote de Paulo Aires Marinho)

Apontar o traço, a palavra,
mesmo que ela já nada signifique,
depois de perder seu sentido
nos coisismos coisificantes desse mundo bárbaro.

Apontar o traço, a palavra,
mesmo que ela já nada consiga revelar,
após se despalavrar tanto
nesse oceano de gentes prenhes de medos e ganâncias.

Apontar o traço, a palavra,
mesmo que ela já esteja morta e enterrada,
acossada e maltratada que foi – e continua –
pelos senhores da guerra.

Apontar o traço, a palavra,
apesar desse urro surdo
a que chamamos realidade virtual.

Apontar o traço, a palavra,
porque se o signo e o som já se encontram vazios,
é só no humano verbo que poderemos renascer.

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http://lounge.obviousmag.org/espantalho_lirico/

Obs: O autor é Jornalista e Gestor Cultural

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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