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(com mote de Marcelo Nocelli)
Domingo é um dia estranho.
Não saio de casa.
Amiúde de tudo, desconverso até comigo.
Revisito fantasmas (ou eles que teimam em me visitar)
é dia de acerto de contas sem conta.
Domingo é um dia estranho.
Os avexos da semana se solidificam.
A paúra se instala de vez
na brancura desse dia.
E eu me encasulo no tédio salvador.
Domingo é um dia estranho.
Não há pessoa que o tornará diferente
para mim.
É como se todo o vazio acumulado
durante a semana,
implodisse de vez,
preenchendo tudo, menos o eu.
Domingo é um dia estranho.
E estranho é eu nunca me acostumar.
Como um velho marinheiro que,
retornando de uma longa viagem,
em terra, continua tendo
saudades do mar.
Domingo é um dia estranho.
Um campo aberto, um deserto, um vagar.
É como seu eu fosse outro
e o outro, estivesse longe,
e em meu lugar.
Obs: O autor é Jornalista e Gestor Cultural