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nesse reino de palavras mofadas,
letras caquéticas
e sons inauditos,
tentamos nomear o sentido de todas as coisas,
não para tê-las,
mas para sê-las.
nesse tabuleiro de ditados rachados,
frases ininteligíveis
e achados analógicos,
buscamos coar da absurdez da humana comunicação,
o que sobrou de fala e entendimento.
nessa seara de linguagem despedaçada,
signos indecifráveis
e estética abjeta,
eis o homem inseguro e incerto de si mesmo,
no seu pleno sem-sentido da existência.
continuamos carecendo de sentido
para apreender a realidade.
E a prova cabal de que ainda estamos existindo
é essa enxurrada falastrona que abrimos diariamente
na iminência do nada.
só nos resta lamentar que os olhos dos mundo
não são os da Poesia.
Mas esse estado de cisco
ainda irá nos fazer voar.
enquanto não nos tornamos o homem integral,
existindo e sendo,
por ora,
é melhor que fiquemos com a fala absurda do poeta.
Obs: O autor é Jornalista e Gestor Cultural