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É no silêncio do meu outrora
que ainda sinto o perfume doce
das madrugadas que pressurosas
auroresciam damas da noite;

Nessa quietude também me ponho
a contemplar a impecável tela:
o bocejar dos bicos-de-lacre
sobre as gramíneas da linha férrea.

Pelos jardins das reminiscências
mamãe nos leva outra vez consigo
a sua lida, a fim de que os braços
da solidão não nos seja abrigo.

A minha mãe dedicou a vida
com voz suave, com polidez
à redução de grandes distâncias
no prédio antigo da CTB*.

Noite após noite, diante do quadro
cruzava cabos, unia vozes
que apalavravam grandes negócios,
que arrefeciam grandes saudades.

Porém, o tempo se extinguiu; e agora,
em outra esfera ela está vivendo.
Todos os dias mantemos contato
pelos ramais de meu pensamento.
* Companhia Telephonica Brasileira

Obs: O autor é membro da Academia Pindamonhagabense de Letras é autor de: Lágrimas de Amor – poesia; O sapinho jogador de futebol – infantil; O estuprador de velhinhas & outros casos – contos; Histórias de uma índia puri – infanto-juvenil; O casamento do Conde Fá com a Princesa do Norte, e Um caso de amor na Parada Vovó Laurinda – cordéis.

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Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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