1 de julho de 2018
Devias ver e sentir a chuva leve. Teu cabelo de pouco vento, tua clara pele a desdenhar do sol. Devias caminhar a meu lado por entre árvores, molhar suavemente teu rosto com pequenas gotas de sonho e água. Teu vestido de muitas cores, teu sorriso a deslizar por esse avarandado. Devias encostar teu corpo no meu, entrelaçar nossas mãos cansadas do viver. Tua dor de algumas noites, teus brinquedos de muita infância a sorrirem em nossa memória. Devias não partir. Teu colo de tantas lágrimas, tuas perdas de me doer. Devias sentar a meu lado e te deixar em mim. Por um momento, toda nossa vida se refaz. Devias repousar dentro de mim e me soprar o pouco vento de teus cabelos. Devias ser a chuva em mim.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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