Ana Eliza Machado 15 de junho de 2018

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Alguma vez já parou em silêncio, para ver a tempestade chegar? Já parou para perceber o céu mudando de cor, tingindo-se dos mais diferentes tons, do suave cinza ao forte roxo? Já parou para ouvir como o vento assovia diferente, tirando as folhas secas para dançar?
As árvores se recolhem, os animais se escondem e tudo parece deserto, há somente a Tempestade. A Tempestade e a Terra, que respirando e suspirando, se juntam em uma dança hipnotizante, uma salsa, um tango, movimentos que ser humano nenhum poderia jamais entender.
E mesmo assim, torna-se devastador. Não paramos pra assistir a tempestade, nem nos preparamos para tanto, mas nos lamentamos depois que ela passa, depois que o que sobra é uma terra devastada.
Não notamos a grandiosidade de uma árvore antes que seja levada pelo vento, temos essa péssima mania de notar apenas quando passa, quando já nos encontramos no olho do furacão.
Não percebemos antes qualquer que seja a cor de uma folha, mas depois de amarelada qualquer matiz remete-se ao verde.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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