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Às margens da rodovia
os olhos do menino passeiam
pela procissão de boleias coloridas.
A fila indiana não se mexe,
domesticada por olhos
diesel inflamados.
O menino abandonado
desconhece o intuito da corrente,
e indiferente sonha
com qualquer cabine que o leve de volta
para o colo da mãe.
Ele desconhece oceanos de mágoas.
Se compreendesse que amanhã
faltará pão, arroz, feijão,
não baniria o sorriso;
pois será só mais um dia
igual ao hoje e outrora.
Coberto por fios intensos de sol
o menino tomba:
chegou a hora de dormir
para acordar no céu.
Obs: O autor é membro da Academia Pindamonhagabense de Letras é autor de: Lágrimas de Amor – poesia; O sapinho jogador de futebol – infantil; O estuprador de velhinhas & outros casos – contos; Histórias de uma índia puri – infanto-juvenil; O casamento do Conde Fá com a Princesa do Norte, e Um caso de amor na Parada Vovó Laurinda – cordéis.
Imagem enviada pelo autor.