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1 – NO ESCURO DA NOITE DO MUNDO, A ALEGRIA DE IR ENCONTRANDO A LUZ!
João 3,14-21

Jesus está conversando com um fariseu de boa vontade, Nicodemos, que vem procurá-lo na escuridão da noite, para não dar na vista.

Tudo indica que Nicodemos, inquieto e vacilante, sente dificuldade em dar o passo e fazer-se, de vez, seguidor de Jesus…

 Na escuridão da noite de Nicodemos e da noite do mundo, Jesus aponta misteriosamente para alguma coisa de muito importante, que poderá ser uma luz, para ele e para o mundo: o Filho do Homem elevado como sinal de salvação, igual ao que acontecera na caminhada dos israelitas pelo deserto, no tempo de Moisés, quando Deus, num momento de epidemia e morte, mandou que Moisés levantasse, aos olhos de todos, o sinal da serpente: quem olhasse para este sinal se salvaria da morte… Do mesmo modo, quem olhar para Jesus pregado na Cruz e entender o verdadeiro sentido do que estava acontecendo, vai encontrar o caminho da salvação: DAR A VIDA POR AMOR! DAR A VIDA PELA VERDADE! DAR A VIDA PELA VIDA!

Aí está a luz para as trevas do mundo! Quem vai topar esta aventura?…

 Afinal de contas, nossa vocação e missão é, não somente nos abrirmos para a luz que resplandece da Cruz, mas, a partir da nossa comunhão de vida com Jesus, nós mesmos, nós mesmas, nos tornarmos luz para o mundo. Faz sentido recordar aqui o que Jesus disse no Sermão da Montanha: Vós sois a luz do mundo. (…) Não se acende uma lâmpada para colocá-la debaixo de uma caixa, mas sim no candelabro, onde brilha para todos os que estão na casa. Assim também brilhe a vossa luz diante das pessoas, para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está no céu(Mt 5,14-16).

Não seria este, precisamente, o sentido mais profundo da Campanha da FRATERNIDADE deste ano?…

                                                                     *******************

Concílio Vaticano II – Constituição sobre a Igreja n Mundo de Hoje (Gaudium et Spes):

<<43. (… …) As tarefas e atividades seculares competem como próprias, embora não exclusivamente, aos leigos. Por esta razão, sempre que, sós ou associados, atuam como cidadãos do mundo, não só devem respeitar as leis próprias de cada domínio, mas procurarão alcançar neles uma real competência. Cooperarão de boa vontade com os homens que prosseguem os mesmo fins. Reconhecendo quais são as exigências da fé, e por ela robustecidos, não hesitem, quando for oportuno, em idealizar novas iniciativas e levá-las à realização.  Compete à sua consciência, previamente bem formada, imprimir a lei divina na vida da cidade terrestre>>. 

2 – QUEREMOS VER JESUS!
João 12,20-33

 O Evangelho escrito por João está orga-nizado por “semanas”. A última semana começa como a primeira: gente querendo conhecer Jesus; um chamando o outro; Jesus se apresentando, à sua maneira, aos que querem vê-lo e segui-lo…

O tempo da Quaresma é, com certeza, o tempo mais propício para reacender nos corações a chama desta santa curiosidade, deste anseio maior: querer ver Jesus, conhecê-lo mais profundamente, segui-lo mais decididamente, pelo seu caminho…

E Jesus não deixa ninguém iludido:
– é preciso crer na capacidade que “o grão de trigo” tem de, enterrado, brotar de novo, mais cheio de vida do que nunca…
– é preciso aventurar-se no jogo da vida verdadeira, onde ganha quem perde a vida pela causa maior, por amor aos outros, em obediência à vontade do Pai…
– é preciso estar com Ele, lá onde ele se encontra, elevado na CRUZ, a cruz da entrega total pela causa do Reino da Vida!

Somente assim, seremos glorificados pelo Pai, juntamente com Jesus… Somente assim, nosso testemunho atrairá as pessoas a Jesus e ao Reino por Ele anunciado, pelo qual ele deu a vida.

* * * * *

A Campanha da Fraternidade, todo ano, nos convoca, como Igreja, a encarar o mundo, a sociedade, a realidade, a con-juntura… a abrirmos os olhos para os “sinais dos tempos”, especialmente para os mais precisados, e percebermos o que nos desafia (VER)… e à luz da fé cristã, dos valores do Reino, escutarmos os apelos da História e de Deus (JULGAR) no sentido de darmos respostas concretas,  participando, com todas as pessoas de boa vontade, da construção de um mundo de Justiça e de Paz (AGIR)… Essa é a Igreja que renasceu do Concílio Vaticano II, há 50 anos!… Essa é a Igreja animada por Papa Francisco com “A alegria do Evangelho”… Essa é a Igreja de quem entendeu qual é a de JESUS! Mas, quem está a fim de “ver Jesus” e acolher sua proposta?…

 E um espírito generoso me sustente
Ensinarei aos maus as tuas vias,
Será imensa a procissão dos penitentes!

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1980 – 24 de Março – 2018
SANTO OSCAR ROMERO PASTOR, PROFETA E MÁRTIR DAS AMÉRICAS

 Sábado que vem, vamos comemorá-lo. Seu testemunho que tem tudo a ver com o espírito da Campanha da Fraternidade deste ano, e, coincidentemente, com o Evangelho deste 5º Domingo da Quaresma.

Oscar Arnulfo Romero nasceu no dia 15 de agosto de 1917, na cidade de Barrios, em El Salvador. Estudou em El Salvador, com os Claretianos e com os Jesuítas, até 1937, e em Roma, na Universidade Gregoriana, até 1943. Voltando a seu país, na diocese de San Miguel, foi pároco de Anamorós; depois, reitor da Catedral de San Salvador e reitor do Seminário Interdiocesano. Foi, ainda, secretário geral da Conferência Episcopal Salvadorenha e, desde 1967, secretário executivo do Conselho Episcopal da América Central e Panamá. Em 03 de maio de 1970, foi nomeado bispo auxiliar, e, em fevereiro de 1977, arcebispo de San Salvador.

Poucas semanas após sua nomeação como arcebispo, o padre jesuíta, Rutílio Grande, com mais dois catequistas, foram assassinados, a mando das forças opressoras e repressoras que dominavam o país. O martírio deles fez com que Dom Oscar Romero assumisse, decisiva e definitivamente, seu compromisso profético com o povo salvadorenho, fazendo-se a voz dos sem voz e sem vez, enfrentando o império da morte.

Seu trabalho pastoral e de defesa dos Direitos Humanos foi reconhecido internacionalmente. Recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Georgetown, na Guiana, e da Universidade Lovaina, na Bélgica. Poucos dias antes de sua morte, recebera o Prêmio da Paz da Ação Ecumênica Sueca “em reconhecimento ao seu trabalho, baseado na mensagem do Evangelho e sua grande ajuda a favor dos oprimidos”.

Dom Oscar Romero foi assassinado no dia 24 de março de 1980, no momento em que celebrava a missa na capela do Hospital Divina Providência, em San Salvador. Enquanto pregava o Evangelho, um franco-atirador, com tiro certeiro, atingiu-lhe o peito. Sua morte foi instantânea, à frente de centenas de fiéis. Mas ele já havia profetizado: “Se me matarem, ressuscitarei na luta do meu povo!”

Obs: Reginaldo Veloso de Araújo é Presbítero das Comunidades Eclesiais de Base – CEBs, no Morro da Conceição e Adjacências, Recife-PE. 
Compositor litúrgico, com diversos CDs gravados pela COMEP/Paulinas e pela PAULUS
Assistente adjunto do Movimento de Trabalhadores Cristãos – MTC-NE2
Assessor pedagógico do Movimento de Adolescente e crianças – MAC e do PROAC
Membro da Equipe de Reflexão sobre Música Litúrgica do Setor de Liturgia da CNBB
Mestrado em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana – PUG (Roma, 1962)
Mestrado em História da Igreja, pela PUG (Roma, 1965).

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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