Sentia o vento bater no meu cabelo. Olhos fixos na janela observavam as montanhas.
Vez por outra olhava firme a estrada. O mundo era tão grande, pensava.
Os morros de cabeleiras verdes pareciam gigantes. Amedrontadores. Enfeitiçadores.
Do banco de trás olhava o perfil do meu pai. Suas mãos ao volante davam a sensação de segurança. Agitado, o lenço vermelho de minha mãe despertava minha atenção, mais do que sua voz firme, sempre tão segura. Será que ela nunca tinha dúvidas? Talvez não. Nem sei.
Muitas vezes pensava por que estava ali, por que aqueles eram meus pais e além daquela longa estrada, para onde iríamos? Estrada, tempo, vento, pessoas e vida, coisas que até hoje encabulam meus pensamentos e embrulham meu estomago.
O que será que eu vim fazer aqui?
Obs: A autora é poeta, administradora e editora da Revista Perto de Casa.
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Imagem enviada pela autora.