Verdes, vermelhas,
amarelas, azuis.
Simples assim,
coloridas como a vida.
Fascinam os olhos,
enchem de emoção.
Pulsa o sangue
em vermelho coração.
Vai da lua,
vai do bicho que der,
de qualquer jeito,
d’um jeito qualquer.
Fica o atiço, o rebuliço,
o olhar lisonjeiro.
Vai de quem está na janela,
ou de quem chega primeiro.
Vai do gosto, vai do cheiro.
Vou contar até três,
ficar olhando da sacada,
tomar sorvete de creme
na calçada, só pra ver a rua,
toda minha, toda nua.
As trepadeiras bisbilhoteiras,
torneira aberta, matando a sede
das lavadeiras no gramado.
Pois sou transparente,
olhar de paisagem.
Dias de quietude,
outros de viagens.
E a lua hoje sorriu para mim,
no primeiro dia do ano,
e isso será bom,
salvo ledo engano.
Vou tomar cuidado,
não sair em dias nublados,
nem passar debaixo de escadas,
ter fé na única verdade,
essa sem cor,
livre, mas sincera,
que de vez em quando amarela,
mas é completamente incolor.
Obs: A autora é poeta, administradora e editora da Revista Perto de Casa.
http://pertodecasa.rec.br/
Imagem enviada pela autora.