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Eu me despi de ti.
Soltei as alças, desabotoei a alma que estava presa a tua, deixei escorregar a vestimenta lentamente até o chão.
Pisei sobre cada dobra suja.
Chutei o mais longe que consegui com meus pés já nus.
Agora, liberta, saí pela porta, nua de qualquer presença tua.
Desculpa se não disse adeus… Não deu!
O meu tempo agora é pouco pra tanta correria atrás do vento, buscando ter de volta o que havia antes de ter te vestido:
Um passado bem traçado de esperança, uma lembrança d’um alguém inexistido.
Talvez ele exista e eu só não saiba em que estrela se escondeu.
Enquanto durou até foi divertido.
Mas ninguém vive só de risos, é preciso mais, é preciso paz, voo, liberdade.
Estou pegando e desembrulhando a minha vida ela será meu presente de Natal.
O meu melhor presente é ter-me de volta aos braços meus.
Desculpa se não me doeu…
elza fraga
Querendo voar novamente, jogando fora o peso e atarrachando, de volta, as asas.