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Demorou demasiadamente
Azedou o leite
Apodreceu o encanto
Se calou o canto
Até o sábio tempo se cansou
Casou-se com a demora
Quem não decide
Decidido está
Ela não se resolveu
Então a vida correu
E entrou sem bater na porta
Sem pedir licença
Sua esperança envelheceu
Juntamente ao seu corpo belo
Seu olhar se entristeceu
E a mente adoeceu
Acinzentou os dias
Tudo virou inverno
De tanto esperar
e tanto procrastinar,
E de tanto criar obstáculos
Ela virou
A sua própria barreira
A vida
Só pode responsabilizar,
Quem tem
A capacidade de mudar
E não muda,
Fica mudo
Se ausenta
Se esconde
Atrás do muro
E ela,
Com tanta potência interna
Que talvez não enxergava,
Se encontra hoje
Na mesma caverna
Onde era pra ser
Uma morada
Passageira,
Ficou presa ali
No seu mito
Na sombra
De um outro alguém
Que nunca a mereceu
Que a via
Como “uma ninguém”.
Obs: O autor é Psicólogo, palestrante, terapeuta de família casal.
Imagem enviada pelo autor.