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Decidi!
Não, eu não vou embora pra Pasárgada, lá não é mais meu lugar.
O rei, meu amigo, morreu faz tempo, não quero os loucos de lá, ficarei com os daqui, mesmo sendo inimiga do atual rei deste meu reino de utopias e farsas. A hipocrisia reinante não me fará acovardar e fugir.
Ficarei, enfrentarei todos os moinhos de vento com a minha espada de papelão.
Farei exposição dos meus fracassos, conhecidos e desconhecidos, os colocarei nus sobre bancadas de mármore e redomas de vidro. Deixarei que os toquem e sintam, no tato, a dor invisível, o sangue ainda quente.
Patentearei minha dor pra ganhar o troféu, subirei no palanque dos desesperados, me curvarei em agradecimento.
Quem sabe não vem premiação em notas que me tem faltado?
Darei palestras sobre assuntos relevantes, falarei no equilíbrio do sol, que fica passeando no céu sem cair nas nossas cabeças.
Talvez fale também sobre a ameaça de extinção dos sapos, plano diabólico para acabar com donzelas e príncipes. Sou estudiosa destes fatos e com Mestrado em nonsense.
E me unirei aos fortes cavalheiros e as mulheres guerreiras que estão saindo a caça dos dragões.
Eles se multiplicaram enquanto eu, e vocês, dormíamos.
Espero que ainda dê tempo de recuperar o território perdido para os zumbis, donos e treinadores dos dragões, e que por trás deles se escondem. Penso que se gritarmos, com toda a força que nos resta nos pulmões, eles acabarão saindo dos esgotos se mostrando enfim.
Sem medo, sem covardia, lutemos, pois esta história não acaba aqui, e não virá nenhum príncipe, no seu cavalo branco, para liderar a turma de esfarrapados que somos.
Esqueçamos Pasárgada, nosso lugar é o agora, é o aqui!
(Contando histórias pra espantar o medo.)