Escrito em 10 de outubro de 2000,
Digo-te que, como êufona melodia, neste primeiro mês,
Soara-me à alma a idéia a qual, à frente de bruni-la,
Urgiu o Tempo em transfigurar em quem tu és, Camila,
Tudo o que, por ti, sinto eu, na veemência da nitidez.
Depois dessa metamorfose, ele, com sua crônica solidez,
Confessou-me que, todos os segundos, pô-los-ia em fila,
E, após isso, que tão agre sucessividade, iria adormi-la,
Para que a idéia, como lises, eternizasse-se em candidez.
Só aí, com a mesma alvura que há nas flores dos lírios,
Abriu-se-me, já brunida, a idéia, como flores dos satírios,
Para então eu ta dizer, Milucha, com sentimento superno,
Que é hoje, neste mês de outubro do ano dois mil, dia dez,
Quando, da rara nau das lhanuras, dir-te-ei, no convés,
Que eis a galgar um mês o nosso amor, visto que é eterno.