15 de outubro de 2017
queria
não ter a obrigação
de aceitar estas algemas
que o tempo vem me trazendo
não assinar documentos
com nome e sobrenome
que já não fazem diferença
nem ter que continuar
acendendo lâmpadas
nas tocaias da vida
queria
perder esta vergonha
de ser vista e revista
pelos binóculos do vizinho
inventar de saber voar
como um pássaro qualquer
sem peso e com penas
ou apenas ser um poema
que depois de escrito
ganha a liberdade
de se perder do autor
queria
tanto e tantas coisas
só tenho um cotidiano
de palavras amanhecidas
um codinome inventado
para dar charme
ao meu sorriso
e as frestas de luzes
que me fazem vitrine
para o constante assédio
da poesia.
Obs: Imagem enviada pela autora – Fotografia: Victor Tongdee
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
busca
autores
biblioteca