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o poeta está ausente
seu dia -a- dia
é pão, arroz e feijão
mergulhado em romantismo apurado
ensina a providência do aperto de mão
o poeta está ausente alinhado
a lua que cresce e uiva nesse instante
mergulhado num mar
que finca um por quê
sem saber onde dá o timão
desse navio torto
barco bêbado de Rimbaud
o poeta está ausente
a rapidez dos meios da net
são algemas que ele não tem
interesse mais
é um Thoreau
que vê o lago, passeia distraído
e ri com os dois cachorrinhos
que são os guardiões do Fórum
o poeta está ausente
seus versos estão em silêncio
sua vida está mudada
em seus olhos brilham
aquele sol
dos índios de sua tribo
o poeta está ausente
o mundo vomita seus “eus”
acolhedores da MAIS VALIA
enquanto ele
distrai-se com a vitória
na ponta de seu nariz.