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A idéia de Espelho nos faz pensar imediatamente em reflexo de imagem.
Fazendo relação como que chamamos de Inconsciente, podemos pensar no Duplo, o outro (oculto) de nós mesmos.
Na busca da afirmação da auto-imagem, parecemos estar em busca de diferença – aquilo que nos faz crer sermos únicos e é exatamente porque damos sempre de cara com a semelhança, que é tão difícil reconhecer nossas projeções – aquilo que não vemos em nós e atribuímos aos outros.
Um aspecto interessante na projeção especular é que, ao estilhaçar-se um espelho, cada fragmento, por menor que seja, continua capaz de refletir o todo da imagem.
Para a Psicanálise, os narcisistas são pessoas feridas em relação ao amor.
Assim conta o mito:
A mãe de Narciso quer saber se o filho viveria muito tempo. Consulta o sábio Tirésias que lhe diz que “ele viveria muito tempo, se jamais se conhecesse.”
Então, criado para não se conhecer, Narciso não é capaz de amar. Belíssimo, acaba sendo o objeto da paixão das ninfas e entre elas, está Eco.
A ninfa Eco não podia nunca falar em primeiro lugar; só podia se comunicar, repetindo, e não pode declarar seu amor com palavras. Persegue Narciso pelos bosques e, ao tentar tocá-lo é bruscamente repelida. Ele lhe diz que prefere morrer a entregar-se a ela.
As outras ninfas, revoltadas, recorrem à deusa Nêmesis e esta, atendendo a seus pedidos, condena Narciso a “amar sem poder jamais possuir o objeto amado”.
Um dia, aproximando-se de uma fonte límpida, que jamais fora tocada por homem ou animal algum, Narciso, ao debruçar-se para matar a sede, percebe sua belíssima imagem, no espelho das águas e apaixona-se por ela.
Consumido por essa paixão, passa a não comer, nem beber e definha, desejando a Morte, quando percebe que está apaixonado por si mesmo.
Diz o mito que, nos preparativos do funeral, o corpo de Narciso desaparece, surgindo, em seu lugar, a flor branca, que passa a levar seu nome: Narciso.
*Comentário Geral – Minhas Falas no Programa da TVE (21/09/2007)