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Já havia tentado quase tudo, vender doces nos semáforos, engraxar sapatos nas esquinas, carpir quintais e calçadas, fazer pipas para garotos exigentes. Vender salgadinhos nas ruas.  Em dias de chuvas era complicado, nada conseguia a não ser ouvir seu estomago roncando de fome. Resolveu pedir comida deram-lhe. Resolveu pedir uns trocados deram-lhe. Não pediu cigarros, mas assim mesmo ofereceram-lhe era de graça aceitou. Bebidas davam-lhe aos goles enchia a barriga. Ofereceram uma cheirada de cola aceitou. Maconha aceitou.   Inteligente  se imaginava ocupando um espaço de nada. Subiu na passarela que separava metrô e transeunte.  Não estava bêbado nem drogado, apenas aniquilado da vida Esperou o apito e saiu em derradeiro vôo programado. Só tinha dez anos. Sonhava em ser anjo. Não conseguiu.