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Pesadelo é um sonho mau, todo mundo sabe.
Ou uma realidade insuportável, algumas vezes.
A importância do pesadelo, como sonho, é que ele nos permite entrar em contato com aspectos inconscientes, soterrados na vigília, porque incompatíveis com os valores de nosso mundo consciente.
Mas é quando o sono vai fechando nossos olhos, que acordamos para um outro mundo, aquele mundo onde deuses e monstros, bem e mal, morte e vida são, a um só tempo, uma mesma coisa; onde não há hoje, ontem ou amanhã, certo ou errado, falso ou verdadeiro.
Conhecer-se é saber, também, desse mundo oculto.
Os pesadelos podem, dessa forma, ser comparados com os mitos – relatos, cuja linguagem não está restrita a princípios morais ou a coordenadas de tempo e espaço.
Através dos pesadelos, podemos, por exemplo, entrever nosso “sabotador interno” que interfere em nosso comportamento, sem se denunciar abertamente.
Se os contos-de-fada são sonhos bons, com incrições morais de bem e mal, os mitos são os pesadelos da espécie humana.
Daí a importância de terapeutas e educadores ousarem mergulhar no estudo da mitologia de modo geral e da nossa mitologia indígena (riquíssima e talvez das mais antigas que se tem notícia), como facilitadora do acesso ao mundo inconsciente. Como instrumento de encadeamento de conteúdos psíquicos indispensáveis à saúde e ao bem-estar do ser humano.
*Comentário Geral – Minhas Falas no Programa da TVE (19.09.07)