17 de novembro de 2009
Um cabo de aço, forte e comprido
Lançou-se sob um poste, para derrubá-lo.
Quebrar suas defesas, infiltrar-se e enferrujar sua estrutura
Uma teia de aranha, que o protegia barrou sua investida
O aço achando-se mais resistente, continuou a insistir
Deu uma laçada na base do poste
Arremessou-o para a direita, para a esquerda e, nada,
Nem oscilar, o protegido poste sequer oscilou.
Pasmo de admiração, frente a ousadia da teia,
Sem temor, sem arrogância, desbancou-o.
Respaldada na confiança e no poder de sua fina linha,
Minuciosamente tecida
Feita de sua própria carne
Fruto do seu amor.
O aço, que aparentava força,
Parou suas investidas
E se prostou sob si mesmo,
Vazio de emoções.
Decepcionado por ter sido pretensioso
E massacrado a quem, delicadamente, mantinha-se à distância,
Com uma presença fina e translúcida,
Diferente dele, aço, que machucava quando queria,
Entre sua grossura e a magnificência da teia de aranha,
Concluiu que não devia sobreestimar ninguém
O respeito ao desconhecido prevaleceria sob a capa de rendição
Em quem aparentava ser mais jovem e viçoso,
Porém não detinha experiência, nem determinação na consecução de seus objetivos.
Como a teia que cobre, resiste e não se corrompe.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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