Deixei de lado a música, o cinema, os jogos, e, de caderneta em punho, caneta na mão, me concentrei no mapa da viagem, de Recife a Lisboa, ou, então, Lisbonne, ou, ainda, Lisbon, na verificação dos quilometros voados e dos a percorrer. Pode não ser uma opcão agradável, mas era a que me convinha. Do inicio, meio e final, vi e anotei, o que me proporcionou algumas descobertas.
A primeira: Lanzarote, que tanto aparece na costa africana, perto de Dakar, é, em verdade, uma ilha, como ilha é Fuerteventura, ambas incluídas no Aquipelágo das Canárias, ou Archipael des Canaries, ou Canary Islands, o que vai dar tudo no mesmo. Também perto de Lanzarote, um territorio denominado de Tan-Tan, sim, Tan-Tan, que me lembrou um carinhoso apelido com o qual minha irmã se refere a uma de suas netas: Pan-Pan.
Para melhor situar o leitor, invoco Casablanca, ai tambèm por perto, nome que, pelo menos, no meu mundo de conhecimentos, me lembra o filme e aquela cena no bar, quando ela, a personagem feminina central, pede ao pianista para tocar determinada música, que ele, o personagem masculino central, não queria. E é justamente aí que, ele, entrando no bar com rapidez, descobre ela, ela o vê, ficando ambos a se fitarem, no que considero a mais romântica cena do cinema, apesar de não conter um abraço nem um beijo.
Há de perguntar o leitor, afinal, o que tem de interessante nesse desfilar de nomes, alguns dos quais, tão insignificantes, que só aparece quando a área do mapa o foca especificamente. E, então, respondo eu que importancia não tem nenhuma, a não ser de me prender a atenção na travessia dos cinco mil, novecentos e vinte e tres quilometros (ufa!), que separam Recife de Lisboa. Só. O mais è a vontade de dividir com o leitor a minha experiência, porque, se, em viagens anteriores, Dakar e Lanzarote ja me tinham despertado curiosidade, principalmente o último, que ligo as histórias do Rei Artur, pela primeira vez tive a curiosidade de verificar se tratar Lanzarote de uma ilha, integrante do Arquipélago das Canárias, conhecimento geográfico aquirido agora, na flor dos sessenta e sete anos, que de nada me serve, e nada me acrescenta.
Poderia concluir como o colega de tribunal, que, ao ouvir de outro, que desde o tempo de Pio XII que Nossa Senhora foi declarada, por bula, Imperatriz do universo, comentou:
– Como é que vivi até hoje sem saber de tal fato?
Foi o que, aqui, também, senti. (29 de julho de 2017)
Obs: Publicado no Correio de Sergipe
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Membro das Academias Sergipana e Itabaianense de Letras.