Maurício Cavalheiro 1 de agosto de 2017

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Era menino quando aprendi a colher sol maduro
na Mantiqueira outonal,
a lambuzar a alma com nuanças
enquanto esperava o último fio puro-sangue adormecer.

O coração assumia o noivado,
esperava a lua em véu de estrelas
para o baile do segredo
na janela dos sonhos.

Mas o êxtase arrumou as malas
quando a infância foi dormir no subsolo do peito.

Gravatas me asfixiaram por longo tempo,
tempo perdido por quinquilharias,
perdido por nada.

Rompi grilhões,
deixei o beco das urgências
e voltei ao pomar dos entardeceres
para desadormecer a infância
e desposar a lua.

Obs: O autor é membro da Academia Pindamonhagabense de Letras é autor de: Lágrimas de Amor – poesia; O sapinho jogador de futebol – infantil; O estuprador de velhinhas & outros casos – contos; Histórias de uma índia puri – infanto-juvenil; O casamento do Conde Fá com a Princesa do Norte, e Um caso de amor na Parada Vovó Laurinda – cordéis.

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Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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