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(Poema quase adulto)
O menino viajou
para o sítio dos avós,
onde havia porcos, vacas,
bois, galinhas carijós…
No alpendre viu gaiolas
com diversos passarinhos
e pensou: “Como conseguem
viver tão apertadinhos?”
Aquela cena o deixou triste,
muito triste, pensativo,
porque ele não gostava
de encontrar alguém cativo.
Enquanto a avó fazia o almoço
e o avô tocava viola
o menino aproveitou
para abrir cada gaiola.
O avô ficou zangado,
mas foi só por um segundo.
A avó, cheia de orgulho,
disse que o neto nasceu
para consertar o mundo.
O menino achou bonito
o que a avó havia dito,
e passou a consertar
o que encontrava estragado.
Consertou a asa quebrada
do anjinho do oratório
com o pedaço de arame
e um punhadinho de barro.
Restaurou o rosto triste
da filha da cozinheira
com um sorriso adorável:
e o ninho do sabiá,
com barbante e esparadrapo,
voltou a ser habitável.
O menino, enfim, cresceu
aos consertos, dedicado;
só não soube consertar
o coração machucado.
Obs: O autor é membro da Academia Pindamonhagabense de Letras é autor de: Lágrimas de Amor – poesia; O sapinho jogador de futebol – infantil; O estuprador de velhinhas & outros casos – contos; Histórias de uma índia puri – infanto-juvenil; O casamento do Conde Fá com a Princesa do Norte, e Um caso de amor na Parada Vovó Laurinda – cordéis.
Imagem enviada pelo autor