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O vestido amarelo modelava o corpo perfeito da dama, a mesma cor era distribuída por todo seu corpo, o sapato, as luvas, as meias e o chapéu que traziam um toque de nostalgia àquele quadro que dobrava a esquina em pleno século XXI.
Em uma das mãos segurava um pequeno vaso de girassóis. E na outra um molho de chaves emaranhado no dedo pai-de-todos, o qual ia balançando acompanhando a cadência de seus passos.
Andava sorrindo pelo caminho previsto. A colisão inevitável destacou um momento na eternidade. Ouviu-se o barulho do vaso quebrando-se no chão enquanto os olhos do jovem senhor abatido se esvairia em desculpas.
O Cavalheiro ficou emudecido por instantes, talvez pelo choque ou pela beleza da moça, gaguejando tentou acertar.
– Perdoe-me a culpa foi minha, quando sai porta afora não olhei dos lados, olhe eu posso pagar os danos. Compro-lhe outras flores.
A dama, não olhou em seus olhos, apenas sorriu. Sentou-se na calçada, tirou um dos sapatos e acolheu a terra e a planta naquele pequeno recipiente improvisado. Como se nada tivesse acontecido, levantou-se e acolheu as flores nos braços demonstrando maior cuidado com as mesmas.
Vendo que nada podia fazer a não ser admirar aquela imagem, o moço respirou fundo, desculpou-se mais uma vez e seguiu adiante.
A jovem sorriu, balançou a cabeça e pensou. “Que pena, ele não reconheceu o perfume das flores, quem sabe na próxima colisão eu traga nas mãos meu notebook e ao recolher a máquina do chão tecle algo que o faça perceber o toque, o gosto, o cheiro as palavras e as promessas talvez relembre o significado das cores do passado e sinta o perfume da vida em algum lugar do futuro”