Desde criança, adoro ouvir estórias. Lidas, apenas contadas, sobre a família, sobre a infância dos meus pais… enfim, adoro ficar ouvindo e criando as imagens da maneira que achar conveniente. Acho que isso me fez ficar mais criativa, me fez gostar de escrever, de ler e também de fantasiar.
Lembrei disso porque hoje, vendo tantos pais excessivamente ocupados, fico preocupada com alguns aspectos relacionados com a educação dos filhos. A vida corrida, os afazeres, o computador, muitas vezes liberado em demasia para as crianças, talvez até no intuito de, inconscientemente, substituir a falta dos pais.
Não sou contra computadores, não sou doida. Apenas acho uma ferramenta perigosa, que deve ser usada com acompanhamento dos pais. Quantas crianças passam o dia batendo papo apenas, jogando jogos violentos ou inadequados para a idade? Isso fora os enormes erros de português que tenho percebido entre os adolescentes que, além de escreverem por “códigos”, escrevem mal.
Os pais não devem esquecer que o incentivo à leitura é algo muito importante. Ler um bom livro, de um bom autor, incentivado pelos pais, comentado, discutido. Isso é uma lição de vida.
Hoje, como existe uma infinidade de autores e na realidade nunca poderemos prestigiar a todos, é importante orientarmos nossos filhos para que leiam, a princípio, os bons, os melhores, desenvolvendo assim o senso crítico deles. Dessa forma, o gosto pela leitura vem naturalmente, pelo prazer da leitura, da discussão, das maneiras diversas que cada um traduz o que leu.
Não tem nada como apanhar um livro e degustar uma boa leitura…
Mas isso é um hábito que deve ser estimulado em nossas crianças desde pequenininhos. Quando ainda não sabem ler, é importante que os pais leiam muito, com expressões e entonações que passem para eles as sensações vividas pelos personagens.
Os computadores vieram, a tecnologia está em nossas vidas, em tudo e é claro que devemos acompanhar essa evolução, familiarizando nossos filhos com essa ferramenta magnífica. Porém, não devemos esquecer dos livros maravilhosos, de autores que devem ser lidos, relidos e do delicioso hábito de ler que só tem na verdade a acrescentar.
É importante o estímulo dos pais, eles são os exemplos.
Agora diga, tem alguma coisa melhor do que chegar em casa, tomar um banho, jantar e correr para nosso livro de cabeceira?
Obs: A autora é poeta, administradora e editora da Revista Perto de Casa.
http://pertodecasa.rec.br/
Imagem enviada pela autora.